Subcultura Gótica - Origens, Influências e Consolidação
Introdução
Gótico: apenas uma palavra
Ao longo dos anos, o termo gótico foi usado como adjetivo e classificação de várias expressões artísticas, estéticas e comportamentais. Mas, em sua maioria, estas classificações não possuem nenhuma relação com o significado primitivo da palavra.
O termo Gótico, que originalmente significa apenas relativo a Godos ou proveniente deles, foi usado a partir do início da Renascença, para designar de forma depreciativa a produção cultural ocorrida entre os séculos XII e XV e posteriormente de toda Idade Média, a qual foi associado o conceito de Idade das Trevas, em oposição à nova Idade da Razão ou da Luz: o Iluminismo (XVII e XVIII). Mas nos séculos XVIII e XIX, por exemplo, gótico foi associado ao período medieval e aplicado à Literatura. Além disso, o termo Goticismo tem origem inglesa, Gothicism, e relaciona-se apenas à Literatura.
Em 1979 o termo gótico já foi utilizado para designar o movimento sócio cultural que se constituía e se consolidaria poucos anos depois. Mas, a subcultura gótica/darkwave não possui nenhuma relação com os Godos, como a própria "arte gótica" (entre os séculos XII e XV) não possui. Portanto, em uma de suas primeiras aplicações, a palavra gótico já foi usada com um sentido que não corresponde ao original, e torna-se nítida a diversidade de significados que esta palavra traz em si.
A subcultura Gótica/Darkwave
A subcultura gótica (relacionada a Darkwave a ponto de ser assim chamada por alguns) como conhecemos atualmente, é um contexto artístico e comportamental que inclui literatura, música, cinema, artes plásticas e vestuário (entre outros), de forma que um elemento enriqueça o outro e multiplique-se.
Pode-se dizer que sua origem ocorreu nos primeiros anos da década de 1980, mas suas influências iniciam-se no Romantismo do século XIX e passam pelo Modernismo, com o Impressionismo, Expressionismo e Surrealismo e Cabaret Culture, do século seguinte. Porém, a Geração Beatnick, inspirada na boêmia moderna, filosófica e artística francesa a partir de 1950 e posteriormente pelos escritores Beats dos Estados Unidos, é a influência mais recente e significativa da subcultura gótica/darkwave.
No final da década de 60, os beatnicks se diluíram e formaram ramificações como o movimento Punk e Glam da década de 70. A música de artistas como David Bowie e Velvet Underground, referências do Glam e do Punk, trouxeram vários elementos da cultura beatnick, como a prosa e a poesia. Dessa forma, o Glam e o Punk foram influenciados pela Cultura Beatnick, mas também foram determinantes nas características da subcultura gótica.
Mas todas essas tendências que influenciaram e compuseram a subcultura gótica, desde o Romantismo até as mais recentes, são apropriações e releituras através de abordagens distintas, muitas vezes, de forma alegórica e metafórica. As transições entre uma e outra, ocorrem sem rompimentos bruscos, de forma que as tendências posteriores resgatam elementos primitivos e somam-se aos seguintes.
É importante salientar que os fatores que definem uma corrente artística, filosófica ou apenas comportamental, não são apenas os temas adotados, mas principalmente a abordagem, ou a forma como os temas são trabalhados e expostos.
A subcultura gótica/darkwave, não se baseia apenas em alguns temas específicos, mas principalmente, em uma abordagem própria. Para que possamos compreender com mais clareza as características principais que compõem a subcultura gótica, desde o uso do termo gótico até as influências culturais e comportamentais mais presentes, é necessário recapitular alguns pontos.
O período da Idade Média, compreendido entre os séculos V e XV, divide-se em dois sub-períodos: Alta Idade Média (V à XI) e Baixa Idade Média (XI até o século XV). É no início da Baixa Idade Média, na França, que surge a Arte Cristã ou Opus Francigenarum (obra francesa), que, aos poucos, substituiria o estilo românico e futuramente, no período da Renascença, passaria a ser conhecida, pejorativamente, como Arte Gótica.
O Teocentrismo, baseado na concepção de que Deus é o centro do universo, foi a corrente de pensamento predominante no período medieval. Assim, a Igreja Católica, responsável pela "educação espiritual" dos homens, consolidou-se como a principal autoridade. O poder econômico e político, e as influências sobre as ciências e artes, subordinavam reinados ao comando do clérigo. Era a Igreja que ditava os rumos que a ciência deveria seguir, que dirigia os exércitos e proclamava as leis. Além disso, a peste negra do século XIV, a exploração do feudalismo e a imutável hierarquia social contribuíram para a criação de uma situação calamitosa no fim do século XV. No século seguinte haveria o início de uma reação em todos os níveis, com o começo da Idade Moderna e a transição sócio-econômica para o Renascimento.
O período iniciado a partir do século XV (apesar de iniciar em épocas diferentes em cada lugar e ter várias fases) conhecido como Renascença, que surgiu na Itália e distribui-se gradativamente por outras regiões do continente europeu, consolidou uma ideia de ressurreição nas artes e na ciência baseadas no resgate da Antiguidade clássica greco romana.
Além de inovações nos aspectos políticos e sociais e avanços técnicos e científicos, foi na Renascença que outros continentes foram descobertos através da navegação, que nasceu a imprensa e inventou-se a bússola. Foi neste período que o alemão Martin Luther deu início à Reforma Protestante; que Michelangelo pintou a Capela Sistina; que Copérnico escreveu De Revolutionibus Orbium, entre outros.
Os renascentistas acreditavam que a arte clássica greco-romana, que admiravam e buscavam reviver, havia sido denegrida na Idade Média pelos cristãos e, que a Igreja, através do poder exercido pelos dogmas religiosos, vetava os avanços tecnológicos e condicionava a produção artística. Neste contexto renascentista inclui-se também uma forte oposição ao Clero, embutida no Antropocentrismo, corrente filosófica na qual o homem é o centro do universo e, naturalmente, oposta ao Teocentrismo medieval. Dessa forma, mesmo sendo considerada uma etapa evolutiva do período medieval, a Renascença desprezava a cultura da Idade Média.
Assim, grande parte da arte produzida na Idade Média, como a arquitetura, escultura e pintura, foi classificada como gótica, em alusão ao Godos, povo germânico que invadiu o império romano a partir do século III.
Esta classificação tinha a clara intenção de denegrir a produção artística medieval, por considerá-la bárbara, rude, grosseira, exagerada; ou seja, com os mesmos adjetivos que caracterizavam os Godos.
Assim, a civilização dos Godos, que havia sido diluída no século VIII, portanto, 700 anos antes da Renascença, tornou-se um "bode-expiatório" dos renascentistas e a própria palavra Gótico teve seu sentido ampliado, podendo ser compreendido como sinônimo de bárbaro ou vulgar. Ainda, ao longo dos anos, a Idade Média iria tornar-se conhecida como Idade das Trevas, Noite da Humanidade, entre outras denominações.
Personagens como René Descartes, John Locke, Pascal e Newton figuraram no século XVII. O Racionalismo, baseado no conceito de que apenas a Razão (raciocínio lógico) seria suficiente para o desenvolvimento da humanidade, e o Humanismo, resgatando os filósofos da Antiguidade, eram as correntes que influenciavam as artes e as ciências. No panorama artístico, a arquitetura, escultura e pintura, destacaram o Classicismo e o Barroco.
Em meados do século XVII surge Iluminismo - tendo seu apogeu no século XVIII - que de certo modo, é herdeiro dos conceitos racionalistas e humanistas dos séculos anteriores aliado a uma maior liberdade de expressão individual. É o movimento iluminista que proclama o início de uma "era de luz" para a humanidade e um dos impulsionadores do capitalismo, além de tornar-se uma das principais referências na arte.
Neste momento, surge na Inglaterra e alastra-se pela Europa, um fenômeno sócio político que seria conhecido como a 1ª Revolução Industrial. Ainda, desenvolve-se o Liberalismo político/econômico e consolida-se o capitalismo. Assim, o século XVIII torna-se conhecido como o "Século das Luzes". Porém, todas essas mudanças bruscas trazem efeitos colaterais no âmbito social.
Os avanços tecnológicos que proporcionaram a Revolução Industrial deram início a uma urbanização desenfreada e sem planejamentos com a migração do homem do campo para as áreas centrais, que resultaram em cidades sem infra-estrutura social e administrativa. As jornadas de trabalho tornam-se muito extensas e o valor da mão-de-obra, irrisório. Iniciam-se reações violentas por parte dos trabalhadores explorados e desempregados. Em algumas regiões, o número do crescimento populacional quadruplica. Em Paris, 25% da população é constituída por mendigos. Surgem as epidemias de tifo, cólera e tuberculose. Por outro lado, nascem os conceitos de capitalismo e a classe burguesa. No final deste século ocorre a Revolução Francesa (1789), que marca o início da era contemporânea. Baseadas em conceitos do Iluminismo, no século XVIII se desenvolvem as idéias Republicanas, postas em prática também na Independência dos Estados Unidos, em 1777. No Brasil, estas idéias também chegaram na mesma época, mas a nossa tentativa de independência, a Inconfidência Mineira, é abortada em 1789.
O quadro de miséria e desigualdade criado na Europa gerou uma insatisfação social e resultou num processo de regressão que buscava os ideais medievais ignorados pela Renascença. Inicialmente, essa tendência desenvolvia-se apenas no sentimento e comportamento coletivo. Porém, logo passou a designar um rumo artístico e uma nova visão do mundo centrada no indivíduo. A partir desta nova concepção iniciou-se o período do Romantismo.
O Romantismo
O Romantismo
O Romantismo é um período cultural que se inicia na Europa no final do século XVIII, estendendo-se e desenvolvendo-se por outras partes do globo até o final do século XIX. Pode-se considerar que seu início ocorreu na Itália, Inglaterra e Alemanha (na Alemanha conhecido como Sturm und Drang - Tempestade e ímpeto). Porém, foi na França que o romantismo intensificou-se mais do que em qualquer outra nação. Foi através dos artistas franceses que os ideais românticos se solidificaram pela Europa e América. Sob o aspecto ideológico, o Romantismo pode ser considerado uma reação de fuga, ao iluminismo e racionalismo do período anterior.
As principais características do Romantismo são a valorização das emoções em temas que recorrem à religião, nacionalismo, amor, individualismo e subjetivismo, desenvolvidos a partir da originalidade e liberdade criativa do artista. Na pintura, o francês Delacroix e o espanhol Francisco Goya são os maiores representantes. Na música, ocorre a potencialização da expressão individual através de temas folclóricos e nacionalistas. Neste período romântico da música, destacam-se as últimas obras de Beethoven, além das composições de Wagner, Chopin e Schumann, entre outros. Mas foi através da Literatura que o Romantismo teve suas expressões mais intensas e solidificou sua identidade.
Romantismo Literário e Gothic Novel
Romantismo Literário e Gothic Novel
A obra do escritor alemão Goethe, Os Sofrimentos do Jovem Werther, publicada em 1774 foi uma das precursoras do romantismo. Este livro trazia intensidade emotiva sob a liberdade criativa do autor, além de outros aspectos fundamentais do romantismo.
Além disso, uma das principais características do Romantismo Literário era a evocação à Idade Média em seus temas. Neste caso, o autor almejava uma idealização que não correspondia à sociedade ou ao período em que vivia realmente. Esta característica é conhecida como "Espírito de evasão". Porém, esta referência medieval do romantismo era sob uma perspectiva idealizada. Isto é, buscava resgatar valores como honra e valentia que, na visão do escritor, eram comuns no período medieval, mas que não necessariamente existiram.
Horace Walpole (O Castelo de Otranto - 1765) também abordou a Idade Média, mas diferentemente da "idealização positiva" de outros românticos, o fez através de uma visão soturna de cenários decadentes (como castelos em ruínas) que impunham um clima de mistério e terror sobrenatural ao leitor. Foi este conceito de terror e sobrenatural, entre outros elementos usados, que passou a ser classificado como Gothic Novel. Neste caso, o termo Gothic é aplicado como sinônimo de obscuro ou medieval. Ainda, Literary Gothicism, que no Brasil seria conhecido como Romance Gótico ou Literatura Gótica, teria grande influência no ultra romantismo brasileiro. Os termos Gothicism ou Goticismo devem ser associados apenas à Literatura.
Nas últimas décadas do século XVIII emergiram escritores como Ann Radcliffe, autora de Os Mistérios de Udolpho e a poesia de William Blake com Canções da Experiência e da Inocência (ambos em 1794), além de Frankenstein, de Mary Shelley, já no início do século XIX. Até as décadas de 30 e 40, o romantismo ainda figura como a principal orientação da produção artística. Essa tendência romântica atinge também a moda, hábitos e costumes da sociedade. Na França, por exemplo, há um resgate de elementos do vestuário, linguagem e costumes do período anterior à Revolução. Na Inglaterra, o Literary Gothicism ressurge na era vitoriana, entre a burguesia.
Ainda na primeira metade do século, tem início o Romantismo brasileiro. A obra Suspiros Poéticos e Saudades (1836) de Gonçalves de Magalhães é considerada a precursora desse estilo literário no Brasil. O Romantismo no Brasil estende-se "oficialmente" até 1880 e divide-se em três gerações: Nacionalista, Ultra-romântica e Condoreira.
Na segunda metade do século XIX surgiram outros movimentos que influenciaram várias expressões artísticas. O Esteticismo com o conceito de auto suficiência da arte (arte pela arte), sem que esta sofresse interferência de outros valores, como sociais, religiosos ou políticos. O parnasianismo, essencialmente literário, que reagia aos excessos românticos e negava o subjetivismo, baseando-se no domínio da razão e nos ideais voltados para o belo. Também em reação aos excessos do Romantismo, surge o Realismo e o Naturalismo. No Brasil temos uma transição gradual, com autores como Machado de Assis, autor de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) e inúmeros outros clássicos reconhecidos internacionalmente.
O Simbolismo
O Simbolismo, surgido na França na segunda metade do século XIX, caracteriza-se pelo subjetivismo, individualismo e misticismo; rejeitando valores do realismo e naturalismo como a abordagem social. Artes plásticas, teatro e, principalmente, Literatura, são orientadas pelas tendências simbolistas.
No Simbolismo literário rejeitava-se as formas parnasianas e valorizava-se a sugestão sutil das idéias, usando as metáforas como um de seus principais recursos. Ao mesmo tempo em que o Simbolismo criticava os excessos românticos, fazia uso de certos elementos deste, como o próprio subjetivismo. O Manifesto Simbolista (1886), de Jean Moreas, declara a poesia simbolista "inimiga do ensino, da declamação, da falsa sensibilidade, da descrição objetiva".
O ensaio de Poe, The Philosophy of Composition (1846), influenciaria também as teorias de Baudelaire, que por sua vez agiu diretamente sobre Mallarmé. A obra de Poe também se faz atuante sobre Rimbaud e Oscar Wilde e ainda sobre o Modernismo do início do século XX. Através de sua obra, As Flores do Mal (1857), Baudelaire passou a ser considerado o precursor do simbolismo literário.
Há ainda, o Decadentismo, no qual abandona o conceito de objetividade realista e volta-se às realidades interiores e subjetivas, compondo também a corrente simbolista. Porém, segundo Fernando Pessoa, esses movimentos, especialmente o decadentismo e o simbolismo, surgiram do romantismo e eram "inversão das posições mentais da inteligência".
O Modernismo
Neste momento, o pré modernismo já sugeria os conceitos inovadores que se destacariam anos depois com a consolidação do Modernismo. A Belle Époque (aproximadamente 1900-1910), surgida na França, é resultado de um período otimista que se reflete nas artes, como o cinema, e nos níveis sociais, com o Cancan dos Cabarés e o glamouroso Moulin Rouge. Paris torna-se a capital mundial da cultura e os boulevards, livrarias e teatros consolidam a imagem da prosperidade intelectual e cultural francesa. Esta "atmosfera" entende-se até meados da década de 40 e consagra um período de ebulição cultural, política e social na Europa.
Nas primeiras décadas do século XX, Einstein anuncia a Teoria da Relatividade, Santos Dumont voa com o 14 Bis, Auguste Lumière concebe a fotografia colorida e, nas artes plásticas, surge o cubismo de Picasso e Braque. O escritor e teatrólogo francês, Antonin Artaud, é uma das figuras mais influentes no meio intelectual francês e europeu. Os movimentos vanguardistas, como o Art Nouveau na pintura e principalmente arquitetura, buscavam conceitos artísticos que represen- tassem as novas tendências da humanidade, mas principalmente, uma reação aos valores europeus dos últimos três séculos, movidos pelas incertezas políticas e pela psicanálise de Freud.
O arquiteto Le Corbusier foi um dos destaques modernistas, enquanto na música, Stravinsky e Shoenberg são ícones do movimento, além de Debussy, Satie, Stockhausen, John Cage e outros. Na Literatura Modernista, que de certa forma combinava-se com o Simbolismo, consagrou autores como T. S. Elliot, James Joyce, Fernando Pessoa, Apollinaire e Franz Kafka. A Staatliches Bauhaus, escola alemã de artes e arquitetura fundada em 1919, foi uma das maiores propagandistas e precursoras de movimentos vanguardistas até 1933, quando foi fechada pelo estado nazista na república de Weimar, sob a pena de "degenerar" a arte pura européia combinando-a com outras influências (orientais, por exemplo). Sendo esse conceito exatamente o oposto dos ideais fascistas que promulgavam a superioridade dos europeus.
Expressionismo
O Expressionismo surge em 1905, mas ganha força após a Primeira Guerra Mundial. O Expressionismo busca retratar a realidade com as proporções sentidas, não apenas reproduzir a realidade. Assim como o Cubismo busca mostrar vários pontos de vista em vários tempos, o Expressionismo também vem afirmar esteticamente que não existe uma realidade única. De certa forma, compartilha características comuns com o romantismo, como o subjetivismo, além do cubismo e simbolismo, e soa como uma reação artística à Primeira Grande Guerra. Nesse momento, há também uma influência das artes africanas e orientais dentro do contexto europeu.
O norueguês Edvard Munch é um dos precursores do expressionismo e sua influência estenderia-se e tornaria-se uma das mais intensas nos anos seguintes do movimento. Vincent van Gogh, que cometeu suicídio em 1890, portanto, 15 anos antes do surgimento "oficial" do Expressionismo, também teve grande influência entre os pintores expressionistas.
Cinema
No cinema alemão o expressionismo encontrou sua tradução para as massas. Os filmes O gabinete do Dr. Caligari (1920) e Nosferatu (1922), inspirado no livro Drácula de Bram Stoker (1897), Metrópolis (1927) e Drácula (1932, com Bela Lugosi no papel principal) são símbolos do expressionismo. Ainda no cinema, na década de 40 surgiu o Cinema Noir.
Baseado em Literatura policial, Cinema Noir tem como principais características detetives astutos, policiais inflexíveis, damas sensuais e vilões perversos, envolvidos em investigações e tramas conspiratórias. Outro elemento importante do Cinema Noir é a ambientação das tramas, que ocorre geralmente nas metrópoles americanas, envolvidas em uma atmosfera de sombras e mistério. Como nos filmes expressionistas, a fotografia em preto e branco ressalta este clima soturno.
A expressão Nouvelle Vague, criada pela escritora Françoise Giroud, surge na revista francesa L''Express em 1958, inicialmente, para designar um fenômeno contestatório dos movimentos artísticos. Porém, esta expressão viria fixar-se para definir o movimento cinematográfico francês que surge nesta mesma época.
Influenciada pelo neo realismo italiano e por diretores norte-americanos como Alfred Hitchcock, John Ford e Howard Hawks, a Nouvelle Vague recria a linguagem cinematográfica e aborda essencialmente questões existencialistas, praticamente abandonando temas corriqueiros como política e sociedade. Ainda, traz como uma de suas propostas técnicas, a reação aos aspectos convencionais do cinema, principalmente, a narrativa. Nesse contexto, enquadram-se também obras de baixo orçamento com equipes reduzidas e filmagens em locais públicos.
Essas características influenciaram toda a cinematografia mundial, inclusive o cinema novo brasileiro. Jean-Luc Godard e François Truffaut são as maiores referências da Nouvelle Vague francesa. Algumas das principais obras da fase inicial da Nouvelle Vague são Acossado (de Godard), Os Incompreendidos e Jules et Jim, (François Truffaut), Hiroshima, Mon Amour (Resnais - 1959), Paris Nos Pertence (J. Rivette - 1960) e Trinta Anos Esta Noite (Louis Malle – 1963).
O sueco Ingmar Bergman também teve papel significativo. Entre seus filmes, destacam-se O Sétimo Selo (1956), onde um homem aposta sua vida jogando xadrez com a morte; Morangos Selvagens (1957), Persona (1966), Gritos e Sussurros (1972), e O Ovo da Serpente (1976), entre outros de intensa densidade dramática.
Impressionismo
O movimento impressionista, que buscava uma precisão maior nas cores e suas combinações, teve Renoir e Monet como suas principais referências na pintura. A música impressionista passa a descrever imagens e algumas obras trazem títulos como Reflexos na Água (Claude Debussy – França 1862 - 1918) baseada em estruturas modais do Oriente e do período medieval.
Dadaísmo
Em 1916, na cidade suíça de Zurique, surge o movimento vanguardista denominado Dadaísmo, que é compreendido por alguns como uma resposta das artes à 1ª Guerra Mundial. Caracterizado pela oposição a todo tipo de coerência e equilíbrio artístico, o dadaísmo abandonou os rigores acadêmicos e destacou a liberdade criativa através da arte abstrata. Seu slogan era: "A destruição também é criação".
Até mesmo a palavra dada foi escolhida ao acaso para batizar o movimento. Hugo Ball e Tristan Tzara, dois dos fundadores do dadaísmo, escolheram, aleatoriamente, uma palavra num dicionário alemão-francês. Dada, que em francês significa "Cavalo de Pau" numa linguagem infantil (pré-lógica) era um termo suficientemente vago e desconexo; ou seja, o ideal para representar o "espírito dadaísta".
O dadaísmo desenvolveu-se principalmente na literatura e artes plásticas até aproximadamente 1921. Mas suas bases foram essenciais no modernismo. Principalmente para o Surrealismo, que é derivado direto do dadaísmo.
Surrealismo
Em 1924, a publicação de Manifesto do Surrealismo, de André Breton (inspirado pelos conceitos psicanalíticos de expressão do Inconsciente), marcou oficialmente o surgimento do movimento. No surrealismo, a criação artística manifesta-se livremente de modo a criar uma realidade subjetiva. Temas como a fantasia, tristeza e melancolia também são abordadas no surrealismo.
Na década de 20 o Surrealismo desenvolve-se também no Cinema. Um cão Andaluz (1928) do espanhol Luis Buñuel escrito em parceria com Salvador Dali é considerado um manifesto do cinema surreal. Dois anos mais tarde, Buñuel produz A Idade do Ouro, outra referência do movimento. O Anjo Exterminador, A Bela da Tarde, O Discreto Charme da Burguesia e o Obscuro Objeto do Desejo, também são obras significativas de Bruñel. Em 1932, o francês Jean Cocteau produz Sangue de um poeta.
No cinema surrealista não há preocupações com enredos. Apenas as imagens expressam desejos irracionais através de metáforas visuais. Além do desprezo pela burguesia, convenções morais, religiosas e políticas.
Cabaret Culture
Oficialmente, a Cabaret Culture compreende o entre guerras (1918-1939). Mas antes, os Cabarés já reuniam vanguardistas que filosofam sobre política e inovadoras tendências artísticas. A "cultura de cabaré" instaura movimentos que se denominam underground, alternativo ou contra cultura pelos pensadores. As obras do escritor Bertold Brecht e do músico Kurt Weil (ambos alemães) são sólidas referências deste período. Enquanto o fascismo de Benito Mussolini e Stalin e o nazi-fascismo de Hitler impunham a tirania sobre a Europa.
Beatnik e suas composições
Aproximadamente a partir de 1950 surge a geração Beatnik, caracterizada por resgatar elementos dos primeiros anos do século XX, no período da "Geração Perdida", dos anos que intercalaram as duas grandes guerras. O existencialismo de Jean-Paul Sartre e Martin Heidegger, enfatizando o indivíduo e a singularidade de suas experiências, é uma das bases "filosóficas" da geração Beatnik. A Cultura Beatnik também teve como influência o situacionismo, movimento artístico e sócio cultural, que surgiu na Itália na segunda metade da década de 50 e estendeu-se fortemente até início dos anos 70, promovendo e incentivando uma revolução de conceitos nas artes, tendo até mesmo uma presença marcante no movimento parisiense Maio de 68. Apesar disso, os Beatniks também buscavam uma espiritualidade transcendental e "não religiosa".
Roupas escuras, boina preta e óculos escuros compõem a indumentária dos Beats que se interessam pelas culturas africana, ameríndia e oriental, reunindo-se em clubs à meia-luz e ambientes que remontam ao decadentismo e à cultura de cabaré parisiense, mas movidos inicialmente ao som de um bom Jazz norte americano.
Dentro do beatnick americano surgiu Jack Kerouac, autor de On the Road (1957), livro emblemático dos beats americanos. Kerouac também teria sido quem cunhou a expressão Beatnick, que John Clellon Holmes consagraria no artigo This is the Beat Generation, de 1952. Allen Ginsberg é autor do poema The Howl (1956), obra considerada um dos marcos dessa cultura. Ginsberg também participaria das letras e shows do The Clash no início dos anos 80, além de participações com Paul McCartney e Elvin Jones, entre muitos outros. William Burroughs foi um dos beats mais atuantes com suas obras Naked Lunch e Junkie e influenciou as composições de David Bowie na década de 70.
O Jazz era o estilo mais consumido entre os beats, mas na década de 60 o Rock também é adotado como uma referência do movimento. Originalmente, a poesia beat era recitada com o apoio de músicos vanguardistas como os jazzistas, e posteriormente, com o Rock. Não apenas literariamente, mas também "filosoficamente", Rimbaud e Baudelaire eram grandes referências culturais para os beats (como no caso do poeta William Burroughs). A banda inglesa Manfred Mann popularizou o visual do movimento que, no decorrer dos anos, iria transformar-se num estereótipo consumível pelas massas.
"Eram instintivamente individualistas, mas nunca conseguiram manter o mundo fora dos seus sonhos". Esta frase do artigo This is the Beat Generation, sintetiza o movimento Beatnick, que foi um dos mais influentes da história recente e, de certa forma, antecessor dos hippies que surgiriam anos depois, influenciando também vários movimentos posteriores e, conseqüentemente, a subcultura gótica/darkwave.
Glam e Punk – Intersecções até a Subcultura Gótica
No Canadá, o escritor Leonard Cohen abandona sua vida literária e aventura-se na música. Seu álbum de estréia, Songs of Leonard Cohen, influenciaria artistas como The Sisters of Mercy e Nick Cave.
Paralelamente na Alemanha, em meados da década de 60, surgia do experimentalismo um estilo conhecido como Krautrock, baseado numa combinação psicodélica com improvisação do Jazz e sintetizadores que produziam uma sonoridade eletrônica, de classificação musical complexa, mas que expôs a Alemanha no cenário Pop/Rock europeu. Mais tarde, o Krautrock foi uma das principais influências das tendências da música eletrônica, como o Sith - Pop e EBM.
No início da década de 70, o Punk novaiorquino, do Club CBGB, cultivava características comuns aos beats. Numa visita à cidade, Malcolm McLaren, dono de uma Sex Shop em Londres, resolveu levar a "ideologia" Punk para a Inglaterra e reuniu um grupo de adolescentes, frequentadores de sua loja, criando o Sex Pistols. O "punk britânico", que emergiu para sociedade e a mídia entre 1976 e 1977, concebido por Malcom, era intencionalmente exagerado se comparado ao original, de Richard Hell e sua Blank Generation.
Ainda em 1970, surge o Glam-Rock e o Glam-Punk que influenciariam o Gótico do final desta década. Em Nova York, a banda The New York Dolls é a referência. Na Inglaterra, Marc Bolan, T-Rex e David Bowie tornam-se ícones desta tendência. Em 1974, David Bowie lança o álbum conceitual Diamond Dogs, que aborda o romance 1984 de George Orwell. Diamond Dogs foi definido pelo próprio Bowie como Gothic, em alusão a um espírito dramático e barroco do século XX. Bowie ainda produziu álbuns solos de Iggy Pop, ex–The Stooges, que influenciariam posteriormente, os vocais de Peter Murphy do Bauhaus. Em 1977 a banda Novaiorquina Suicide, lança seu primeiro álbum que mistura música eletrônica e punk obscuro.
Enquanto isso o Rock passa da fase "adolescente" e as bandas The Doors e The Velvet Underground surgem na cena em 1967. O prédio, conhecido com Factory, alugado pelo pintor Andy Warhol abriga vanguardistas de várias expressões e torna-se uma referência cultural e o principal reduto de criação do Velvet Underground. O vocalista e guitarrista da banda, Lou Reed, foi fortemente influenciado pelo amigo e "guru pessoal", Delmore Schwartz, escritor americano, chegando a dedicar várias músicas ao autor.
Quando Lou une-se ao músico erudito John Cale, sua pretensão é compor letras no estilo da Literatura Beatnick associada ao instrumental de Rock experimental. Patty Smith também traz referências semelhantes a partir de seu disco de estréia, Horses (1975). Enquanto isso, Jim Morrison, também influenciado pela prosa beat e William Blake, traça ao lado de Ray Manzareck uma trilha semelhante às intenções da dupla Lou Reed e John Cale. O experimentalismo musical e a forte presença da cultura beat são determinantes na subcultura glam/punk/krautrock que foi influência direta da cultura gótica/darkwave que se formaria a seguir.
Em 1972, o filme musical Cabaret, com Liza Minelli, com sua estética de cabaré e decadência berlinense do início da década de 30, influenciou em 1976 um grupo de Londrinos importantes: O Bromley Contingent, que incluía Siouxsie Sioux, Sue Catwoman, Debbie Juvenile, Philip Salon, John Richie (Sid Vicious), Berlin, Steve Severin e Billy Idol. A estética Cabaret é reciclada e chega ao Gótico.
No final da década de 70, o termo Gótico torna-se "sinônimo" de irracional, imaginativo, ou "que ousa penetrar nas trevas da mente e terrível condição humana", como havia sido usado na Inglaterra. Porém, até os primeiros anos de 1980, os termos Gótico/Goth e Positive-Punk são usados para descrever o mesmo movimento.
Esse período, ainda classificado como pós-punk, traz uma certa indefinição musical devido às diversas influências agregadas pelas bandas que surgiam. Outros ascendentes do Punk partiam para uma sonoridade mais experimental e foram classificadas como New Wave. Ainda nesse mesmo contexto, mas na Inglaterra, surge o New-Romantic e o No Wave. De 1979 a 1983, algumas bandas pós-punk seriam chamadas de Góticas, outras não. Posteriormente, bandas de outros estilos musicais também seriam chamadas de Góticas.
O movimento New-Romantic consistia numa versão mais suave e comercial da New Wave americana. A sonoridade trazia influências de Soul, Funk, Disco e Punk com sintetizadores e baterias eletrônicas. Depeche Mode, David Bowie e Duran Duran eram as maiores expressões do movimento, que contava ainda com o surgimento da MTV americana, que teve grande participação na divulgação dos clipes das bandas. Porém, o New-Romantic não possui uma relação direta como o Romantismo e suas releituras anteriores, mas também compõe parte da base cultural que estava se desenvolvendo.
Um pouco antes, com o uso de temas niilistas, timbres graves das guitarras e linhas de baixo, a No Wave utilizava-se também de microfonia e outros sons que interferissem na construção comum da música. Nesse momento, o Industrial também já estava se estruturando.
Ainda neste período, sob as novas perspectivas da Revolução Sexual e o impasse da Guerra Fria, além da música, o cinema também influenciava na moda e no comportamento. Foi neste período, aproximadamente 1979 a 1983, que a subcultura gótica/darkwave aglutinou elementos da Geração Beatnick, Punk, pós-Punk, Glam, New-Romantic e No Wave, entre outros. Esta combinação de tendências e a consolidação que viria a seguir ocorreram principalmente na Inglaterra. Mas no mesmo período bandas como Cristian Death, Misfits e TuxedoMoon já estão em atividade nos Estados Unidos.
Em 1982, o filme Blade Runner (de Ridley Scott), que aborda o conflito entre seres humanos e androides humanizados nas primeiras décadas do século XXI, reafirmou as tendências futuristas de estilo e vestuário. No filme The Hunger (Fome de Viver) de 1983, David Bowie e Catherine Deneuve representam um casal de vampiros em busca de sangue. Há uma cena em que a dupla, usando Ankhs egípcios, está à espreita de suas presas numa casa noturna ao som de Bela Lugosi’s Dead, tocada pelo próprio Bauhaus.
Há ainda o filme alemão produzido em 1987, Der Himmel ünder Berlin (de Win Wenders, lançado também com os títulos Wings of Desire ou Asas do Desejo), dois anjos perambulam pela Berlim dividida do pós-guerra, confortando a tristeza dos cidadãos, até que um dos anjos apaixona-se e deseja tornar-se humano.
Há ainda o filme alemão produzido em 1987, Der Himmel ünder Berlin (de Win Wenders, lançado também com os títulos Wings of Desire ou Asas do Desejo), dois anjos perambulam pela Berlim dividida do pós-guerra, confortando a tristeza dos cidadãos, até que um dos anjos apaixona-se e deseja tornar-se humano.
Estes três filmes abrigam arquétipos que seriam reconhecidos, nos anos seguintes, como alguns dos elementos que comporiam a subcultura Gótica. Em Blade Runner, há a figura do androide sensível, humanizado e conflitante num cenário urbano decadente. The Hunger inclui num mesmo contexto David Bowie (ícone do Glam da década 70), a banda Bauhaus (principalmente Peter Murphy) e a figura do Vampiro com a simbologia do Ankh, e aborda a questão da mortalidade humana. Em Asas do Desejo, há um conflito "razão x paixão" com abordagem decadente e existencialista dos anjos em meio aos cidadãos comuns.
Nos anos 90, a refilmagem de Drácula de Bram Stoker (1992), feita por Coppola se torna uma nova referência. Também em 1994, Entrevista com o Vampiro, o livro escrito em 1976 por Anne Rice se torna filme, retomando questões existenciais do molde de The Hunger, de 1983.
O termo Gothic, usado pela mídia e adotado por algumas bandas, prevalece a partir de 1983/84 e as bases da subcultura, tanto na música como no comportamento e visual, já estão concretizadas. O club londrino Batcave (Batcaverna) é inaugurado em 1982 e funciona como um catalisador das tendências emergentes. Na Batcave, além de Specimen, Bauhaus, Alien Sex Fiend e Siouxsie Sioux, reúnem-se personalidades como Nick Cave (The Bithday Party) e Robert Smith (The Cure). De Londres para a Alemanha, bandas como X-Mal Deutschland, Einsturzende Neubauten e Malaria são essenciais.
Nos anos seguintes, até o final da década de 80, a música da subcultura gótica/darkwave vê emergir novos artistas influenciados, principalmente, pelas bandas do período pós-Punk. Neste momento, The Sisters of Mercy, The Mission, Christian Death e outros, estabelecem "padrões" que seriam seguidos. Mas também surgem "sub-estilos" que ampliam a diversidade musical da cena. A sonoridade inclui influências do Pop e música eletrônica. Bandas que produzem estilos que seriam depois classificados como Darkwave e Ethereal, já estão em atividade, como Cocteau Twins (1980/81), Dead Can Dance (1981), Trisomie 21 (1982) e Opera Multi Steel (1983/84).
Entre Góticos assumidos e simpatizantes, alguns nomes incontornáveis do período 1979 a 1986 são: Bauhaus, UKDecay, The Damned, Siouxsie and The Banshees, The Cure, Echo and The Bunnymen, Soft Cell, Southern Death Cult, X-Mal, Einsturzende Neubauten, Malaria, Love and Rockets, Alien Sex Fiend, Sex Gang Children e Specimen. Ainda podemos citar, Joy Division, The Smiths, Nick Cave and The Bad Seeds, Virgin Prunes, The Fields Of Nephillin, The Jesus and Mary Chain, Cabaret Voltaire, Cocteau Twins, Trisomie 21, Opera Multi Steel, Clan of Xymox, Poesie Noire, e inúmeros outros, sem aqui nos aprofundarmos nas importantes tendências, Industrial, Sinth e EBM, ligadas a esta cena.
No Brasil
No Brasil, a subcultura gótica desenvolveu-se fora do contexto original. A ditadura brasileira que se estendeu por mais de vinte anos (1964 a 1985), condicionou grande parte da produção artística e assim, indiretamente, costumes e comportamento social. Por este motivo, elementos essenciais como o Glam, não tiveram uma repercussão tão grande e nítida como na Inglaterra, por exemplo, e o Punk chegou em outro contexto.
Nas grandes metrópoles brasileiras, até mesmo o termo gótico chegou com um certo atraso, passando a ser aplicado a partir de 1985/86, se popularizando progressivamente até substituir o termo Dark (até 1989/90), que era até este momento usado apenas no Brasil (em outro sentido, na Itália, como "angolo dark" ou "dark inglês").
Mesmo assim, não se pode afirmar que a "essência" do Gótico e do Dark sejam as mesmas. Elementos figurativos como o Vampiro tornam-se também referência estética e criativa nos anos 90.
Mesmo assim, não se pode afirmar que a "essência" do Gótico e do Dark sejam as mesmas. Elementos figurativos como o Vampiro tornam-se também referência estética e criativa nos anos 90.
Atualmente, o conceito brasileiro do que significa gótico, quando aplicado à subcultura, é muito amplo. Alguns consideraram gótico, boa parte do que foi produzido (musicalmente) a partir de meados da década de 80. Ainda, a cena gótica brasileira não possui tanta organização como na Europa e Estados Unidos. Mas a música traz representantes importantes como as bandas Elegia e The Tears of Blood, entre muitas outras.
A partir da década de 90
Nos anos 90 podemos citar como referências musicais do Gótico e Darkwave, bandas como London After Midnight, Switchblade Symphony, Faith and Muse, Das Ich, Sopor Aeternus, Inkubus Sukubbus, Bella Morte, Nosferatu, Cranes, Diary of Dreams, Cruxshadows, Lycia, Wolfsheim, Clan of Xymox, Project Pitchfork, Love Spirals Downwards, entre tantas outras.
Na passagem para o século XXI esta geração dos anos 90 já é acompanhada por uma nova safra de bandas como The Vanishing, The Ghost of Lemora, Collide, Diva Destruction, Voltaire, Audra, Qntal, Cinema Strange, BlutEngel, 69 Eyes, The Last Days of Jesus, Diorama, Chants of Maldoror, Hatesex, Android Lust, Ego Likeness, Paralised Age, Thou Shalt Not, In Strict Confi- dence, Eisbrecher, citando apenas algumas bandas em estilos distintos da subcultura gótica, pois a lista é muito maior.
Ainda, subgêneros musicais como o Trip-Goth e Dark Ambient, estão emergindo e se transformando. A cena da subcultura gótica/darkwave já conta com clubes (casas noturnas), eventos, uma intensa produção cultural (não apenas musical) e a interação dos seus adeptos, que é uma de suas molas propulsoras.
Atualmente, percebe-se que a subcultura gótica não apenas se estabilizou em sólidas bases culturais, mas também continua sendo cultivada, ampliando-se em todas as partes do mundo. Há um verdadeiro circuito cultural que não se baseia apenas na música e no comportamento, mas em todas as outras expressões artísticas que cada gótico possa criar, recriar e renovar.
@HailJon
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